quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Autólise é uma obra de arte aberta



Após a estréia na sexta-feira passada, 22, Autólise segue em cartaz até 7 de novembro as sextas, sábados e domingos, sempre às 20h. 


Autólise é antes de tudo e, sobretudo, uma galeria de arte aberta ao público e em constante processo de criação. Na estréia o público pôde conferir as performances do artista Thiago Enoque e a relação com os espaços tomados por instalações artísticas vivas. Sons, imagens, texturas e movimentos criam o ambiente de Autólise que provoca o expectador a pensar onde começa e onde termina a arte, ou mesmo se algo não é arte. 



O dançarino Thiago Enoque começa sua performance de maneira inusitada, entrando e saindo de um estado de transe que deixa o público perplexo. As performances acontecem em diferentes cantos da casa e envolvem o público de diferentes maneiras, desde o diálogo a participação direta e indireta. O diálogo franco é um elemento forte na apresentação, na qual o artista está em cena ao mesmo tempo em que parece não estar. "Algo que sempre me instigou muito na performance é o nível de ousadia que ela nos permite", afirma Enoque durante a apresentação.

O corpo é colocado como expressão singular do indivíduo. Diferentes perspectivas são colocadas: o corpo como objeto de desejo e o mesmo corpo como coisa viva e desprezível. O espetáculo é um crescente de movimentos e energia e termina em seu ápice, no momento de maior participação do público e total entrega do artista. 
Sarah Corral

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Autólise estreia amanhã!


Estréia nesta sexta, 22 de outubro, às 20h, o espetáculo de dança contemporânea Autólise. Vencedor do edital Yanka Rudza, o solo do ator e dançarino Thiago Enoque encara a dança como ação política e faz uma crítica ao consumismo desenfreado. O espetáculo segue em cartaz até o dia 07 de novembro, sempre às 20h, no Espaço Kryacura.

A performance acontecerá em um casarão no centro da cidade, com instalações nos diversos cantos da casa representando ambientes celulares. Para compor esses ambientes serão utilizados sons, imagens e objetos que devem configurar um grande ambiente celular, ou mesmo uma galeria de arte. O performer Thiago Enoque desenvolverá ações, “células-performances”, distribuídas pelo espaço interagindo com o público.

Autólise, segundo a biologia, é o efeito de destruição da célula por suas próprias enzimas, o que gera um processo de auto-ingestão, auto-consumo. O espetáculo busca através da dança contemporânea e de instalações artísticas levar o público a ver nas macro-estruturas sociais o mesmo processo de destruição que ocorre nas micro-estruturas celulares.  


Serviço:
O que: AUTÓLISE - Espetáculo de Dança Contemporânea
Onde: Espaço KriyaCura_ Rua Democrata, nº 21. Dois de Julho. Centro
Quando: 22, 23,24, 29,30 e 31/10, às 20h.
Quanto: R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 (meia)
Realização: CiaObcena

sábado, 16 de outubro de 2010

DO ENSAIO ABERTO II

                                                                               




Olá amados,
inundo-me de emoção ao ver o que realizamos ontem.
ao ver para onde apontamos.
nosso grau de intimidade.
cumplicidade.

Inunda-me ver que o mundo das ideias existe,
na materialização.

inunda-me acreditar,
que nos custa pouquÍssimos para irmos mais além.

lindo tudo o que fizemos.

todos nossos detalhes.
toda memória que, por mais fragmentada que estivesse,
já referenciava-nos uns aos outros.



                             FOTO - ANDRÉS MURILLO

suspensões.
texturas.
temperaturas.
cores.
ação.
som.
música.              
maquiagem/figurino.                           

a desativação.
desarticulação.
articulada.
fragmentada.

moldes.
monstros.

rsrs

de pequenos detalhes à sensações gigantescas.

emoção!
emoção!
emoção!

como é bom respirar com vcs!

transborda-me a felicidade nesta cumunhão.
neste nosso meditar.

de fato...
feto,
somente entre amados.


por Thiago Enoque

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

GRATUITO - Autólise faz ensaio aberto ao público


Acontece no dia 15 de outubro, às 10h, no Espaço Kryacura, o segundo ensaio aberto do espetáculo Autólise. O ator e dançarino Thiago Enoque irá apresentar o resultado do processo de criação de sua performance solo, ganhadora do edital Yanka Rudzka de apoio à montagem de espetáculos de dança. Realizado pela CiaObcena, o espetáculo se pauta nas premissas do corpo como vitrine e na dança como ação política. Autólise será um ambiente-celular, uma galeria de arte na qual exposições e performances acontecerão, e a atmosfera transitará entre vitrines de exposições belas e grotescas.

Serviço:
Oque? 2ª Ensaio aberto do espetáculo de dança contemporânea Autólise
Quando? 15 de outubro, às 10h.
Onde? Espaço KriyaCura - Rua Democrata, nº 21. Dois de Julho. Centro.
Quanto? Gratuita

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

MEMÓRIAS GENÉTICAS

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2007





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2008

  

CLIQUE NAS IMAGENS PARA AMPLIAR.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Cia ObCena de Artes

Cia ObCena de Artes, nascida em 2010, é possivelmente uma TAZ, uma Zona Autônoma Temporária. No tempo das colisões e pressões. No tempo em que a entropia gritar. Fazer avançar numa miscelânea de auto-quebras brotos e mais brotos de arte, a semear de modo eroticamente absurdo, assim como Sísifo, uma pedra a descer rolando a montanha, feito arte a cair ribanceira, tudo, tudo, tudo...criação abaixo!

 

A germinar!

Sem apego!

Sem pudor!

E sem moral!

Imoral!

Uma imoralidade de Artes!

ObCênicas.

ASSIM ME EMOCIONA ZARATUSTRA

ASSIM FALOU ZARATUSTRA:

“...revelação no sentido de que inopinadamente, com indizível segurança e profundidade, algo se manifeste, se faça sentir, e agite e abale, até o mais profundo, simplesmente descreve a consistência do fato. Sente-se – não se procura; toma-se imperioso um pensamento sem dilação – jamais tive eu possibilidade de escolha.”
“Um arrebatamento cuja tensão se resolve numa crise de lágrimas, e durante o passo ora involuntariamente treme, ora se torna lento, uma perfeita extrinsecação com a mais distinta consciência de infinitos calafrios sutis e tremores até a ponta dos pés; uma profundidade de alegria na qual o que existe de mais doloroso e mais escuro não age como contraste, mas como uma tinta, exigida e necessári a, em tamanha exuberância de luz; um instinto de condições rítmicas estendido sobre o grande espaço das formas (o comprimento, a necessidade de um ritmo mais amplo, é como a medida para a força da expressão, uma espécie de compensação pela sua pressão e sua tensão).”

Contextualizar-mos-nos

Entendo que no exercício de pensar contextualmente, não há como evitar o olhar para si, isto porque, ao perceber-se contextual, as implicações no “si” não são exclusivas ou referentes a um único sujeito, mas são familiares às de diversos outros.  Tal compreensão é contaminada do modo performativo de pensar sujeito/corpo e sociedade/política, pois “a performatividade significa não só o modo de se apresentar no mundo, mas a própria constituição epistemológica de um tipo de mundo” (SETENTA, 2008:32). Este é um fazer implicado no ato da construção da fala/discurso em primeira pessoa. Um posicionamento político, uma conduta. Passa por impressões de um momento, circunstância que percebo em dimensões da nossa contemporaneidade: alto fluxo de informações, a especialização, a sociedade de consumo cada vez mais ditadora de regras e divergências sociais, enfim, das implicações dos fazeres nos diversos ambientes de relações estabelecidas nos espaços de troca, no trânsito das informações configurando-se diante dos acordos que ocorrem entre sujeitos.


Thiago Enoque Sabiá

Célula Animal - MIL PLATÔS V.I

"Um corpo sem orgão não é um corpo vazio e desprovido de orgãos, mas um corpo sobre o qual o que serve de orgãos (lobos, olhos de olhos, mandíbulas de lobos?) se distribuem segundo movimento de multidões, segundo movimento brownóides, sob a forma de multiplicidades moleculáres."



                                   



"E o problema do inconsciente, seguramente, nada tem a ver com a geração, mas com o povoamento, com a população"

Do imail de Robson Mol

Te escrevo este e-mail também, porque estava vendo o blog do autólise e lembrei do primeiro paragrafo do "O anti-édipo" do Deleuze e Guattari, que lhe transcrevo agora:

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Isto funciona em toda parte, às vezes sem parar, às vezes descontínuo. Isto respira, isto esquenta, isto come. Isto caga, isto fode. Que erro ter dito o isto*. Em toda parte são máquinas, de maneira alguma metaforicamente; máquinas de máquinas, com seus acoplamentos, suas conexões. Uma máquina-órgão é ligada em uma máquina-fonte: uma emite um fluxo que a outra corta. O seio é uma máquina que produz leite, e a boca, uma máquina acoplada nela. A boca do anoréxio hesita entre uma máquina para comer, uma máquina anal, uma máquina para falar, uma máquina para respirar (crise de asma). É por isso que somos todos bricoleurs**; cada um suas pequenas máquinas. Uma máquina-órgão para uma máquina-energia, sempre fluxos e cortes. O presidente Schreber tem raios do céu no cu. Ânus solar***. E estejam certos de que funciona; o presidentes Schreber sente alguma coisa, produz alguma coisa, e pode fazer a teoria disto. Alguma coisa se produz: efeitos de máquina, e não metáforas.


*No texto francês há um jogo de palavras intraduzível entre ça, 'isto', 'isso', e ça, tradução francesa do Es freudiano e equivalente ao id das traduções para o português (N. do T.)


** Optamos por não traduzir os termos bricoleur e bricolage, seguindo a praxe das traduções de obras de Lévi-Strauss, por não haver em português palavras com sentido correspondente. Bricolage é a atividade de aproveitar coisas usadas, quebradas, ou apropriadas para outro uso, em um novo arranjo ou em numa nova função. Lévi-Strauss introduziu este termo na linguagem antropológica para caracterizar a atividade mito-poética. Cf. O Pensamento Selvagem. (N. do T.)


*** Referência a Georges Bataille, Cf. nas Oeuvres Compllètes, Éditions Gallimard, o texto com esse título. (N. do T.).
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Vê se tem a ver... rs.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

ENSAIO FOTOGRÁFICO




                                                           FOTOS:Andrés Murillo

Teatro do Movimento
Setembro/2010

Registro da Mini-residência



                      FOTOS: Andrés Murillo