quinta-feira, 4 de novembro de 2010

GRATUITO - Cia ObCena abre inscrições gratuitas para Workshop do espetáculo Autólise


Acontece entre os dia 6 e 7 de novembro, das 9h às 13h,  o Workshop do espetáculo Autólise. Oferecido gratuitamente pela CiaObcena, o trabalhos tem como objetivo compartilhar descobertas levantadas durante o processo de criação do espetáculo e o processo de treinamento físico utilizado pelo performer. Durante a o Workshop, ministrado pelo artista Thiago Enoque, serão trabalhados os seguintes eixos temáticos: procedimentos em dança a partir de princípios de acionamentos corporais, procedimentos técnicos de teatro-físico e trabalho de exaustão.


Os interessados podem se inscrever até a última hora do dia 5 de novembro enviando seu currículo para o e-mail ciaobcena@gmail.com. O resultado dos selecionados será informado no mesmo dia 05/09 via e-mail. O Workshop disponibiliza apenas 20 vagas.


Serviço
O que: Workshop do espetáculo Autólise
Quando?  6 e 7 de novembro, das 9h às 13h.
Onde?  Espaço KriyaCura. Endereço: Rua Democrata, nº 21. Dois de Julho. Centro.
Quanto: gratuita
Inscrições: ciaobcena@gmail.com
Contatos: 71-88114180/ Thiago Enoque; 71-9275-1306 / Sarah Corral

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Autólise – últimas apresentações

Quem ainda não assistiu tem apenas este fim de semana para ver o espetáculo!

Vencedor do edital Yanka Rudzka, Autólise, o solo do ator e dançarino Thiago Enoque tem suas últimas apresentações neste fim de semana, de 05 a 07 de novembro, sempre às 20h, no Espaço Kryacura.

Mais que um espetáculo de dança, Autólise é uma galeria de arte. A performance acontece em um casarão, no largo dois de julho, com instalações artísticas em todos os ambientes da casa. Sons, imagens e objetos configuram um ambiente celular no qual o performer desenvolve suas ações, “células -performances”, enquanto dialoga com o público.

Autólise, segundo a biologia, é o efeito de destruição da célula por suas próprias enzimas, o que gera um processo de auto-ingestão, auto-consumo. O espetáculo busca através da dança contemporânea e de instalações artísticas levar o público a ver nas macro-estruturas sociais o mesmo processo de destruição que ocorre nas micro-estruturas celulares. 

Serviço:
O que: AUTÓLISE - Últimas apresentações
Onde: Espaço KriyaCura_ Rua Democrata, nº 21. Dois de Julho. Centro
Quando: 05 a 07 de novembro, às 20h.
Quanto: R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 (meia)
Realização: Cia Obcena de Artes
E-mail: ciaobcena@gmail.com

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Autólise é uma obra de arte aberta



Após a estréia na sexta-feira passada, 22, Autólise segue em cartaz até 7 de novembro as sextas, sábados e domingos, sempre às 20h. 


Autólise é antes de tudo e, sobretudo, uma galeria de arte aberta ao público e em constante processo de criação. Na estréia o público pôde conferir as performances do artista Thiago Enoque e a relação com os espaços tomados por instalações artísticas vivas. Sons, imagens, texturas e movimentos criam o ambiente de Autólise que provoca o expectador a pensar onde começa e onde termina a arte, ou mesmo se algo não é arte. 



O dançarino Thiago Enoque começa sua performance de maneira inusitada, entrando e saindo de um estado de transe que deixa o público perplexo. As performances acontecem em diferentes cantos da casa e envolvem o público de diferentes maneiras, desde o diálogo a participação direta e indireta. O diálogo franco é um elemento forte na apresentação, na qual o artista está em cena ao mesmo tempo em que parece não estar. "Algo que sempre me instigou muito na performance é o nível de ousadia que ela nos permite", afirma Enoque durante a apresentação.

O corpo é colocado como expressão singular do indivíduo. Diferentes perspectivas são colocadas: o corpo como objeto de desejo e o mesmo corpo como coisa viva e desprezível. O espetáculo é um crescente de movimentos e energia e termina em seu ápice, no momento de maior participação do público e total entrega do artista. 
Sarah Corral

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Autólise estreia amanhã!


Estréia nesta sexta, 22 de outubro, às 20h, o espetáculo de dança contemporânea Autólise. Vencedor do edital Yanka Rudza, o solo do ator e dançarino Thiago Enoque encara a dança como ação política e faz uma crítica ao consumismo desenfreado. O espetáculo segue em cartaz até o dia 07 de novembro, sempre às 20h, no Espaço Kryacura.

A performance acontecerá em um casarão no centro da cidade, com instalações nos diversos cantos da casa representando ambientes celulares. Para compor esses ambientes serão utilizados sons, imagens e objetos que devem configurar um grande ambiente celular, ou mesmo uma galeria de arte. O performer Thiago Enoque desenvolverá ações, “células-performances”, distribuídas pelo espaço interagindo com o público.

Autólise, segundo a biologia, é o efeito de destruição da célula por suas próprias enzimas, o que gera um processo de auto-ingestão, auto-consumo. O espetáculo busca através da dança contemporânea e de instalações artísticas levar o público a ver nas macro-estruturas sociais o mesmo processo de destruição que ocorre nas micro-estruturas celulares.  


Serviço:
O que: AUTÓLISE - Espetáculo de Dança Contemporânea
Onde: Espaço KriyaCura_ Rua Democrata, nº 21. Dois de Julho. Centro
Quando: 22, 23,24, 29,30 e 31/10, às 20h.
Quanto: R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 (meia)
Realização: CiaObcena

sábado, 16 de outubro de 2010

DO ENSAIO ABERTO II

                                                                               




Olá amados,
inundo-me de emoção ao ver o que realizamos ontem.
ao ver para onde apontamos.
nosso grau de intimidade.
cumplicidade.

Inunda-me ver que o mundo das ideias existe,
na materialização.

inunda-me acreditar,
que nos custa pouquÍssimos para irmos mais além.

lindo tudo o que fizemos.

todos nossos detalhes.
toda memória que, por mais fragmentada que estivesse,
já referenciava-nos uns aos outros.



                             FOTO - ANDRÉS MURILLO

suspensões.
texturas.
temperaturas.
cores.
ação.
som.
música.              
maquiagem/figurino.                           

a desativação.
desarticulação.
articulada.
fragmentada.

moldes.
monstros.

rsrs

de pequenos detalhes à sensações gigantescas.

emoção!
emoção!
emoção!

como é bom respirar com vcs!

transborda-me a felicidade nesta cumunhão.
neste nosso meditar.

de fato...
feto,
somente entre amados.


por Thiago Enoque

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

GRATUITO - Autólise faz ensaio aberto ao público


Acontece no dia 15 de outubro, às 10h, no Espaço Kryacura, o segundo ensaio aberto do espetáculo Autólise. O ator e dançarino Thiago Enoque irá apresentar o resultado do processo de criação de sua performance solo, ganhadora do edital Yanka Rudzka de apoio à montagem de espetáculos de dança. Realizado pela CiaObcena, o espetáculo se pauta nas premissas do corpo como vitrine e na dança como ação política. Autólise será um ambiente-celular, uma galeria de arte na qual exposições e performances acontecerão, e a atmosfera transitará entre vitrines de exposições belas e grotescas.

Serviço:
Oque? 2ª Ensaio aberto do espetáculo de dança contemporânea Autólise
Quando? 15 de outubro, às 10h.
Onde? Espaço KriyaCura - Rua Democrata, nº 21. Dois de Julho. Centro.
Quanto? Gratuita

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

MEMÓRIAS GENÉTICAS

______________
2007





______________
2008

  

CLIQUE NAS IMAGENS PARA AMPLIAR.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Cia ObCena de Artes

Cia ObCena de Artes, nascida em 2010, é possivelmente uma TAZ, uma Zona Autônoma Temporária. No tempo das colisões e pressões. No tempo em que a entropia gritar. Fazer avançar numa miscelânea de auto-quebras brotos e mais brotos de arte, a semear de modo eroticamente absurdo, assim como Sísifo, uma pedra a descer rolando a montanha, feito arte a cair ribanceira, tudo, tudo, tudo...criação abaixo!

 

A germinar!

Sem apego!

Sem pudor!

E sem moral!

Imoral!

Uma imoralidade de Artes!

ObCênicas.

ASSIM ME EMOCIONA ZARATUSTRA

ASSIM FALOU ZARATUSTRA:

“...revelação no sentido de que inopinadamente, com indizível segurança e profundidade, algo se manifeste, se faça sentir, e agite e abale, até o mais profundo, simplesmente descreve a consistência do fato. Sente-se – não se procura; toma-se imperioso um pensamento sem dilação – jamais tive eu possibilidade de escolha.”
“Um arrebatamento cuja tensão se resolve numa crise de lágrimas, e durante o passo ora involuntariamente treme, ora se torna lento, uma perfeita extrinsecação com a mais distinta consciência de infinitos calafrios sutis e tremores até a ponta dos pés; uma profundidade de alegria na qual o que existe de mais doloroso e mais escuro não age como contraste, mas como uma tinta, exigida e necessári a, em tamanha exuberância de luz; um instinto de condições rítmicas estendido sobre o grande espaço das formas (o comprimento, a necessidade de um ritmo mais amplo, é como a medida para a força da expressão, uma espécie de compensação pela sua pressão e sua tensão).”

Contextualizar-mos-nos

Entendo que no exercício de pensar contextualmente, não há como evitar o olhar para si, isto porque, ao perceber-se contextual, as implicações no “si” não são exclusivas ou referentes a um único sujeito, mas são familiares às de diversos outros.  Tal compreensão é contaminada do modo performativo de pensar sujeito/corpo e sociedade/política, pois “a performatividade significa não só o modo de se apresentar no mundo, mas a própria constituição epistemológica de um tipo de mundo” (SETENTA, 2008:32). Este é um fazer implicado no ato da construção da fala/discurso em primeira pessoa. Um posicionamento político, uma conduta. Passa por impressões de um momento, circunstância que percebo em dimensões da nossa contemporaneidade: alto fluxo de informações, a especialização, a sociedade de consumo cada vez mais ditadora de regras e divergências sociais, enfim, das implicações dos fazeres nos diversos ambientes de relações estabelecidas nos espaços de troca, no trânsito das informações configurando-se diante dos acordos que ocorrem entre sujeitos.


Thiago Enoque Sabiá

Célula Animal - MIL PLATÔS V.I

"Um corpo sem orgão não é um corpo vazio e desprovido de orgãos, mas um corpo sobre o qual o que serve de orgãos (lobos, olhos de olhos, mandíbulas de lobos?) se distribuem segundo movimento de multidões, segundo movimento brownóides, sob a forma de multiplicidades moleculáres."



                                   



"E o problema do inconsciente, seguramente, nada tem a ver com a geração, mas com o povoamento, com a população"

Do imail de Robson Mol

Te escrevo este e-mail também, porque estava vendo o blog do autólise e lembrei do primeiro paragrafo do "O anti-édipo" do Deleuze e Guattari, que lhe transcrevo agora:

_____
Isto funciona em toda parte, às vezes sem parar, às vezes descontínuo. Isto respira, isto esquenta, isto come. Isto caga, isto fode. Que erro ter dito o isto*. Em toda parte são máquinas, de maneira alguma metaforicamente; máquinas de máquinas, com seus acoplamentos, suas conexões. Uma máquina-órgão é ligada em uma máquina-fonte: uma emite um fluxo que a outra corta. O seio é uma máquina que produz leite, e a boca, uma máquina acoplada nela. A boca do anoréxio hesita entre uma máquina para comer, uma máquina anal, uma máquina para falar, uma máquina para respirar (crise de asma). É por isso que somos todos bricoleurs**; cada um suas pequenas máquinas. Uma máquina-órgão para uma máquina-energia, sempre fluxos e cortes. O presidente Schreber tem raios do céu no cu. Ânus solar***. E estejam certos de que funciona; o presidentes Schreber sente alguma coisa, produz alguma coisa, e pode fazer a teoria disto. Alguma coisa se produz: efeitos de máquina, e não metáforas.


*No texto francês há um jogo de palavras intraduzível entre ça, 'isto', 'isso', e ça, tradução francesa do Es freudiano e equivalente ao id das traduções para o português (N. do T.)


** Optamos por não traduzir os termos bricoleur e bricolage, seguindo a praxe das traduções de obras de Lévi-Strauss, por não haver em português palavras com sentido correspondente. Bricolage é a atividade de aproveitar coisas usadas, quebradas, ou apropriadas para outro uso, em um novo arranjo ou em numa nova função. Lévi-Strauss introduziu este termo na linguagem antropológica para caracterizar a atividade mito-poética. Cf. O Pensamento Selvagem. (N. do T.)


*** Referência a Georges Bataille, Cf. nas Oeuvres Compllètes, Éditions Gallimard, o texto com esse título. (N. do T.).
______


Vê se tem a ver... rs.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

ENSAIO FOTOGRÁFICO




                                                           FOTOS:Andrés Murillo

Teatro do Movimento
Setembro/2010

Registro da Mini-residência



                      FOTOS: Andrés Murillo

terça-feira, 28 de setembro de 2010

AÇÃO É CORPO


O corpo estereotipado, vitrinizado.
Fetiche, desejo.
Um tipo de corpo “padrão”
que se designa um desejo de consumo deste corpo.
Desenhado, definido, trabalhado.
O mesmo corpo que tem em si as mesmas sensações,
emoções etc e tal, que pra ele é voltado.
Um corpo “autônomo”?
Um corpo “padrão” que tem seu controle?
Que controla?


“O Homem não é senhor de si nem em sua própria casa”.
Freud.

O mesmo corpo que controla pode hesitar?
Ter dúvidas do seu controle?
Continuar a desejar, a ter pra si,
a consumir (-se) mesmo quando seu controle não controla?
E o que ingere?
O que coloca pra dentro de si?
O mendigo também não é uma vitrine?
Não está vitrinizado?
Um corpo que não se almeja,
que não é desejado se coloca em contradição ao corpo vitrine de desejo?
A contradição não reforça o contradito?
O mendigo pede dinheiro na rua fazendo uso do corpo que é?
Utiliza-se da sua imagem não desejada para se valer da condolência do outro?
Que tipo de corpo constitui o mendigo?
Como sair da vitrine do corpo desejado para corpo indesejado?
Um corpo consumido por si próprio?
Exaurido?
Esgotado?
Que sai da vitrine das belas exposições e entra na vitrine do asno,
do grotesco, do estranho, do indesejável, do “corpo sem órgãos”.
Que de tanto consumir consumiu-se.
Como uma massa, pastosa, gosmenta,
a desmanchar, desintegrar, a arrastar-se.
Que com o controle nas mãos é capaz de deixar-se destruir.
Uma má utilização do seu poder?
Uma falta de medida de controle?
O descontrole?
O se ver, se consumir, se dizimar?
Esse corpo chiclete muito, mas muito mastigado.
Que de tanto cheiro faz-se feder.
Enjoar, nausear, embrulhar tudo.
O contrair-se de tanto se “auto-consumir”.
O seu centro é o umbigo.
Entra em si mesmo.
Sem força, esgotado, enxertado.
Uma bolha cheia de vazio.
Como um excremento.
Suor, fezes, vômitos, pensamentos.
Seu auto-retrato num momento qualquer do seu
auto-descontrole-destruidor-de-si-mesmo.
Já não é mais visto,
Já não há mais importância
Uma sombra que se arrasta
O chão que o engole
A gravidade passa a ser a lei que impera sobre si.
O que é desejado e auto-desejado passa a ser
a vitrine do que não se quer não se deseja o que não é visto.
O resto.
Podre.
Fétido.
Falecido ser coisa viva..

(Thiago Enoque, 2007)

domingo, 26 de setembro de 2010

Penso em sistema. Em complexo. Em rizoma.
Penso no caos. No nascer. No crescer. No desenvolver
No progredir.
Penso no que é o evoluir?
Penso na dor.
Penso...
Nas amarras.
Nos cordões umbilicais.
Penso no adestramento.
Penso no poder.
Penso na miséria.
Penso no que reflito.
Penso no que é o reflexo?
Penso no conflito.
No aflito.
No esquisito.
No rico.
No mendigo.

Thiago Enoque

Por que Barroco?

                                            Caravaggio


O Barroco foi um estilo de reação contra o classicismo do Renascimento, cujas bases conceituais giravam em torno da simetria, da proporcionalidade e da contenção, racionalidade e equilíbrio formal. Assim, sua estética primou pela assimetria, pelo excesso, pelo expressivo e pela irregularidade, tanto que o próprio termo "barroco", que nomeou o estilo, designava uma pérola de formato bizarro e irregular. Além de uma tendência puramente estética, esses traços constituíram uma verdadeira forma de vida e deram o tom a toda a cultura do período, uma cultura que enfatizava o contraste, o conflito, o dinâmico, o dramático, o grandiloquente, a dissolução dos limites, junto com um gosto acentuado pela opulência de formas e materiais, tornando-se um veículo perfeito para a Igreja Católica da Contra-Reforma e as monarquias absolutistas em ascensão expressarem visivelmente seus ideais. As estruturas monumentais erguidas durante o Barroco, como os palácios e os grandes teatros e igrejas, buscavam criar um impacto de natureza espetacular e exuberante, propondo uma integração entre as várias linguagens artísticas e prendendo o observador numa atmosfera catártica e apaixonada. Assim, para Sevcenko, nenhuma obra de arte barroca pode ser analisada adequadamente desvinculada de seu contexto, pois sua natureza é sintética, aglutinadora e envolvente. Essa estética teve grande aceitação na Península Ibérica, em especial em Portugal, cuja cultura, além de essencialmente católica e monárquica, estava impreganada de milenarismo e do misticismo herdado dos árabes e judeus, favorecendo uma religiosidade caracterizada pela intensidade emocional. E de Portugal o movimento passou à sua colônia na América, onde o contexto cultural dos povos indígenas, marcado pelo ritualismo e festividade, forneceu um pano de fundo receptivo.


O Barroco apareceu no Brasil quando já se haviam passado cerca de cem anos de presença colonizadora no território; a população já se multiplicava nas primeiras vilas e alguma cultura autóctone já lançara sementes. O Barroco não foi, assim, o veículo inaugural da cultura brasileira, o Maneirismo cumpriu o papel de iniciador, mas floresceu ao longo da maior parte de sua curta história "oficial" de 500 anos, num período em que os residentes lutavam por estabelecer uma economia auto-sustentável - contra uma natureza selvagem e povos indígenas nem sempre amigáveis - até onde permitisse sua condição de colônia pesadamente explorada pela metrópole. O território conquistado se expandia em passos largos para o interior do continente, a população de origem lusa ainda mal enraizada no litoral estava em constante estado de alerta contra os ataques de índios pelo interior e piratas por mar, e nesta sociedade em trabalhos de fundação se instaurou a escravatura como base da força produtiva.
Nasceu o Barroco, pois, num terreno de luta, mas não menos de deslumbramento diante da paisagem magnífica, sentimento que foi declarado pelos colonizadores desde início. Florescendo nos longos séculos de construção de um novo e imenso país, e sendo uma corrente estética e espiritual cuja vida está no contraste, no drama, no excesso, talvez mesmo por isso pôde espelhar a magnitude continental da empreitada colonizadora deixando um conjunto de obras-primas igualmente monumental. O Barroco, então, confunde-se com, ou dá forma a, uma larga porção da identidade e do passado nacionais; já foi chamado de a alma do Brasil. Significativa parte desta herança em arte, tradições e arquitetura hoje é Patrimônio da Humanidade.

- Busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas
- Entrelaçamento entre a arquitetura e escultura
- Violentos contrastes de luz e sombra
- Pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade conseguida.
  

Enquanto para a arte renascentista o linear, o plano, a forma fechda, a unidade divisível e a clareza absoluta foram os conceitos fundamentais, no barroco o pictórico, a profundidade, a forma aberta, a unidade divisível e a clareza relativa, determinaram a mudança desses conceitos.

O Barroco pode ser entendido como a maneira de transformação de qualquer forma de arte.

Pesquisas: